domingo, 19 de junho de 2011

Das promessas não cumpridas

Depois do the end no centro da tela. Os créditos finais. Fade out, fade in. E começa o filme II parte I: Prometo.

Uma chuva de promessas. Um toró daqueles pesados. É mais promessa que o Estádio do Santa Cruz todinho implorando à Deus, Jesus, Jeová ou Maomé para tirar a cobrinha da série D.

É promessa de tudo quanto é tipo meu nêgo e minha cumadre, é um tal de “eu juro não ser tão passional”, “prometo não me entregar tanto na próxima empreitada amorosa”, “eu juro que vou me amar mais”, e por ai vão as promessas nossas de cada decepção.

São as promessas da ressaca do fim. Tão fluídas como as da cachaça mal sucedida, como regime de segunda-feira e das nobres mudanças de fim de ano.

Promessas devem feitas, mesmo que elas não saiam da sua posição original, apenas promessas!

Prometa, mesmo sabendo que você não vai cumprir. Pelo direito nobre de prometer. Invente mundos fantásticos de alguém que levou uma queda do cavalo branco daquele bandido e será socorrida pelo príncipe. Prometa se cuidar mais, ser mais racional, evitar DR’s, ser madura. Prometa. Que mal faz uma promessa não cumprida?

Jure de pé junto, mesmo sabendo que ao próximo cheirinho no cangote você possivelmente vai esquecer tudo o que prometeu. Vai se entregar como uma louca, vai ser intensa, passional e cometer os mesmos erros tudo de novo. Ou vai me dizer que o próximo macho alpha que aparecer galanteante na sua frente não vai te deixar com borboletas no estômago? Pra cima de mim dona Maria?

Pelo direito irrestrito de amar demais, mesmo que seja tudo somente sexo e amizade.


Prometa como Maria Bethânia, 'porque toda razão toda palavra vale nada quando chega o amor'.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

sobre a falta de intimidade

Se tem uma coisa difícil de administrar na solteirice nossa de cada dia, seu João e dona Maria, é a danada da falta de intimidade. Adão e Eva fora do paraíso, sem roupa em plena Conde da Boa Vista meio dia de sol rachando!

A falta de intimidade é o fim das relações. O que dizer? O que fazer? Pra onde vou? Ilha de Lost dos relacionamentos, sem passagem de volta, fera. E se ache viu? Complicação pra mais de metro nesse mundo de meu Deus.

É como o primeiro dia de trabalho que a gente não sabe bem onde colocar as mãos. Dá preguiça só de pensar em conhecer a figurinha premiada do pacote de ruflles sabor salsa e cebola. Cebola? Nem pensar. Que dirá alho, nem bugalhos minha cumadê.

O perfume tem que ter a dosagem certa, nem doce, nem cítrico, muito menos amadeirado, algo do tipo lavanda Johnson, saca? Para não ter o perigo do brotinho sair correndo de enjôo pelo seu exagero nas gotas de esperança.

E o que escolher pra jantar? É bom estar ciente se o macho alpha tem essas frescuras da pós-modernidade que promete vida longa, algo do tipo lactovegetariano e essas coisinhas verdes que nos deparamos por ai. Se rolar e não for sua praia gata, melhor não insistir, você terá dor de cabeça mais pra frente e remédio homeopático não vai funcionar, quem avisa amiga é.

Cama. Lascou. Essa parte sem intimidade é o fim. Nem tanto pelo ziriguidum, mas acordar ao lado de um carinha que você não tem a menor liberdade é tarefa para corajosas. Quando dormimos todas as nossas armas baixam guarda. Hálito das incertezas do amanhã de manhã. Toda aquela super produção do dia anterior, make up ultra potente, tubinho preto, salto 20, não vão esconder o seu cabelo assanhado e a cara amassada da manhã seguinte minha cara Audrey Hepburn. Nem vão disfarçar aquela remela preta de lápis borrado. E se você caprichou no rímel pode ter certeza que a figura vai pensar que dormiu com uma ursa panda. Se garanta viu?

E o que falar? Vixi Maria. Tem que ter a habilidade de um orador de formatura pra dosar as palavras desse português ruim, nessa ocasiões melhor beber com moderação. É que a censura é inversamente proporcional ao teor alcoólico da noite bem sucedida. Tentar manter o equilíbrio entre o que se quer falar e o que se pode falar não é tarefa fácil, às vezes escapa um "eu amo teu cheiro", e o carinha certamente vai se assustar, como você ama o cheiro do broto legal, se você está conhecendo ele agora minha amiga dona de casa? Tenha calma, vá com um pé no freio e o outro na embreagem que é melhor pros 4, sim pra você, pra ele e pros próximos que virão.

Relações sem intimidade é como saltar de pára quedas, pode ser muito bom, mas tem chance de ser desastroso. Intimidade é o tempero do love story. É um caminho sem volta, sem tarja preta nos olhos do amor. Solteiras do mundo, uni-vos pela intimidade necessária nas relações do dia a dia, mesmo que na manhã seguinte ele seja página virada descartada do seu folhetim.


Ela já sabia, vivia de passagem mas amava com intimidade.

domingo, 5 de junho de 2011

dia das (e)namoradas

O dia dos namorados está chegando e o frisson do momento romântico começa a dar sinais de vida. Se você está se armando para curtir a fossa cara ratinha solteira, saiba que roer faz bem mas tem que ter limite. Roa, mas roa com moderação.

Nesse dia dos namorados, take it easy baby viva o melhor estilo: estou solteira mas sou feliz. Para você que vive no estado civil solteira esse dia também pode ser um campo fértil para boas experiências. Acha que não? Pois bem, montei um glossário com propostas de boas maneiras pra ser feliz, mesmo que você não ainda tenha um homem pra chamar de seu curta a solteirice life style em bons momentos.

Momento Carla Bruni: Esse exercício é imprescindível para os momentos seguintes. A primeira coisa a ser feita é olhar no espelho e se ver de dentro pra fora. Sem auto confiança você passa fragilidade aos que lhe observam e isso pode enfraquecer ainda mais sua auto imagem, é hora de vestir a carapuça de Carla Bruni e se ver melhor do que você pode ser.

Momento Penélope Charmosa: Felicidade combina com classe. Esbanje charme. Vaidade moderada pode surtir um ótimo efeito para o ego. Se arrume, mude o visual, invista na make up, inaugure um vestido super potente, arranje alternativas pra ser ainda mais bonita. Mesmo que você fique em casa desfile na passarela da alegria.

Momento Joana D'arc: Liberdade e bravura são elementos importantes para uma vida leve. Lembre-se que todas nós somos filhas de Joana D'arc, somos guerreiras em busca da liberdade. Viva livremente para levar a vida simplesmente.

Momento Bob Marley: Afaste o que tem de preocupação da sua vida. O dia dos namorados não combina com lamento. Se a grana está curta, se o trabalho está pesado, se a bolsa de valores caiu, se o seu time favorito não está na primeira divisão, gata, deixe pra pensar nessas coisas a partir do dia seguinte. No dia dos namorados tire férias de problemas. Don't worry, be happy.

Momento Pop: Roda de amigos tem poder de cura para qualquer dor de cotovelo. Marque uma boa farra, saia para lugares divertidos e proponha positividade para os que andam ao seu lado. Dia dos namorados pode ser também o dia dos bons amigos, à propósito são eles que seguram sua onda quando seu alter ego é o Waldick Soriano não é?

Momento Roberto Carlos: Se apaixone novamente por tudo o que você construiu nas relações interpessoais. Aproveite o clima romântico para se declarar aos que são essenciais para sua vida. Faça como o rei, destile todo seu amor. Sua romântica, sua apaixonada. A família, os amigos e os bichinhos de estimação agradecerão. O dia dos (e)namorados é o dia perfeito para declarações públicas de afeto.

Momento Chaplin: Sorria darling. A vida está ai pra ser bem vivida. A tampa da sua frigideira um dia aparece gata, se avexe não.

A vida de solteira pode te proporcionar momentos de extrema felicidade, mesmo que você durma sem seu cobertor de orelha. Cotovelos roxos combinam com os restantes dos dias, no dia dos namorados se permita ser feliz. E não chora ninguém.



Colocando em prática pelo menos parte desses momentos Eric Clapton certamente diria que você está maravilhosa na noite dos (e)namorados: